Muitos são os debates em torno do auxílio gás, um programa do governo federal que precisa ser aperfeiçoado para que cumpra de fato o seu objetivo.
A operação desse programa precisa passar por um caminho onde os recursos para esse fim, seja de fato para aliviar o bolso das famílias de baixa renda na compra do botijão de gás, no modelo atual os recursos se misturam a outros benefícios e acabam usados em compras de outros produtos, fazendo com que o programa não cumpra o papel principal de ajudar as famílias na cocção de alimentos.
O segmento revendedor de Gás de cozinha, conta com quase 60 mil revendedores espalhados pelas mais remotas regiões do país, dando cobertura em 100% do território nacional, e podem ser o elo de atendimento aos consumidores de baixa renda. As revendas tem capilaridade total no país e podem contribuir nesse processo cumprindo o objetivo do programa.
Se o auxílio gás vier por meio de um cartão eletrônico, para ser usado exclusivamente em revendas autorizadas, os recursos serão 100% aplicados no objetivo proposto pelo programa, ou seja, o portador do crédito auxilio gás, não usaria esse recurso para outros fins.
Se o modelo da distribuição do auxilio gás não for aperfeiçoado, continuaremos a ouvir da população de baixa renda, que o gás é caro e que o dinheiro não é suficiente para comprar um botijão de gás, a situação econômica que vivemos fez com que todos os produtos de consumo tivessem seus preços elevados, mas se compararmos a durabilidade e os benefícios de um botijão de gás para uma família é possível ter um outro ponto de vista.
Um botijão de gás de 13kg dura em média 45 dias para uma família de 4 pessoas cozinhar seus alimentos, se compararmos com os preços mais altos de algumas regiões do país (R$120,00) teremos um custo médio de R$0,67 por pessoa/dia, isso mostra que o GLP é uma energia barata comparado a outras fontes energéticas.
O fato é que, um programa de auxilio tão importante quanto esse, não pode gastar seus recursos de forma não controlada, o programa não está cumprindo 100% de seu papel com a população a qual foi direcionado, e os segmentos que produz, envasa e comercializa o gás de cozinha, fica com a fama de exploradores do bolso das famílias brasileiras.
O subsidio precisa ter um caminho que garanta o beneficio a quem de direito, e isso é perfeitamente possível se o governo fizer os ajustes necessários.
Se o governo federal interferir no controle de preço do gás de cozinha, estará subsidiando indiretamente grande parte da população que não justifica ter tais benefícios, por outro lado controlar os preços, seria necessário abrir mão do dinheiro público, e a sociedade teria que arcar com mais uma conta, sem contar que o mercado sempre se nivelará pela política do livre mercado e um eventual controle de preços pode não atingir o objetivo principal.
O programa Auxilio Gás foi um grande passo no sentido de amenizar o peso no bolso dos consumidores de baixa renda, mas só atingirá o objetivo proposto se houver um aperfeiçoamento no sistema operacional do programa para que os recursos cheguem a quem de fato precisa!
Jose Luiz Rocha- Presidente da Abragás